É a maior bactéria jamais descoberta: com um centímetro de comprimento, este organismo pode ser visto a olho nu e é 50 vezes maior do que as bactérias consideradas “gigantes” atualmente
Um grupo de cientistas descobriu nas Caraíbas uma bactéria que mede um centímetro de comprimento, a maior alguma vez registada. Para perceber quão grande é esta bactéria relativamente a outras, e extrapolando para uma perspetiva humana, é o equivalente a dizer-se que se descobriu uma pessoa do tamanho do Monte Evereste. O organismo agora apresentado é cerca de cinco mil vezes maior do que uma bactéria comum e 50 vezes maior do que as que já se consideravam gigantes.
Os procariotas foram descobertos por Olivier Gross, biólogo da Universidade das Antilhas, em 2009. Desde então, o cientista e a sua equipa estiveram a observar como a bactéria se agarrava a folhas, ramos, cascas de ostras e garrafas que podiam ser encontradas nos pântanos tropicais. Depois de anos de observações e investigações que mostram que cada uma destas cadeias constitui uma única célula bacterial, os investigadores publicaram agora um estudo na Science com tudo o que aprenderam sobre a Candidatus Thiomargarita magnifica.
Esta descoberta coloca em causa as hipóteses científicas anteriores, que limitavam o tamanho possível de uma bactéria, devido à falta de sistemas de transporte intracelular, ausência de um sistema de difusão química eficiente ou um rácio superfície-volume suficiente para satisfazer as necessidades energéticas. Esta bactéria chega a ser duas ordens de vezes maior do que o que se estimava ser o máximo possível, explica o ArsTechnica.
Os cientistas ainda não têm a certeza sobre como é que esta bactéria consegue gerir o seu tamanho, mas sabem que 75% do seu volume celular é um saco de nitratos armazenados e que têm mais de meio milhão de cópias do seu genoma em numerosos compartimentos de pequenas membranas. A distribuição destas vai permitir a produção localizada de proteína, eliminando a necessidade de transporte sobre longas distâncias.
Agora, os investigadores querem descobrir como cultivar estas células em laboratório para poder estudar melhor os organismos.